quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pseudo-Buda


Tentas ser puro, mas na verdade não o saber ser
tentas viver, mas depois percebes que não sabes o que é viver
tentas sonhar, mas na verdade o que sonhas é apenas escuridão
tentas ver o fundo, mas no fundo já tu estás
e não percebes que o que tens de ver, não é o fundo
mas sim a luz.

Sorris e fazes boa cara, mas algo colado a ti
tira te toda a credibilidade
beijas e abraças, mas nem tudo é pureza
e sorris como se nada fosse
mas só eu vejo esse teu lado
essa tua escuridão
e eu abraço-a e beijo-a tentando não a ver
mas sei que ela lá está sempre
como uma alma que vagueia

Tento ignorar.
Tento fechar os olhos.
Tento não olhar-te nos olhos claros e ver
aquela sombra.
aquela sombra no teu olhar.
aquela sombra que está sempre agarrada a ti.

Pareces limpo e puro, mas a pureza já não existe
apenas foi devorada por um monstro do passado.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ninfa sofrida


Num mar prateado
onde as lágrimas se confundem com
a água
onde uma delicada ninfa, chora.

Chora a morte do seu amor
derrama as suas lágrimas
pensando no porque
pensando no porque do sangue
pensando no porque do amor
pensando que é injusto
que o amor devia ser para sempre.

As suas mãos já não distinguem
as lágrimas
do mar, para elas
tudo é igual
como o mundo a seu redor se parece todo igual.
Apenas os seus lábios e a sua lingua
conseguem distinguir
as lágrimas
do mar
um pequeno travo,
salgado
de cor doirado,
apenas isso.
O resto tornou-se monotomia
a melodia desapareceu
o seu coração morreu
o seu rosto desvaneceu.
Restam apenas
as lágrimas derramadas
num mar de prata
impossivel de distinguir.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

OUVE-ME!





amor?


O vento tira-nos aquela faceta, esconde-nos no luar, onde um olhar já repousou e as suas lágrimas derramou. Filho de uma alma só, que o seu rosto tapou, abandonou e não criou, amaldiçoou e abençoou, esqueçou para renegar. Agora, esse ser não quer mais do que sobreviver para viver, num mundo que não passa de um ciclo sem fim, uma vida desabroxa, e no centro dessa vida, vai amar e ser amada. Amar incondicionalmente, amar só por amar, amar com os defeitos, amar para o resto de sua vida. Mas e se o amor não passa de uma ilusão? Se o amor, por muito que o procuremos não bate em todas as portas? Dizem que o amor é para todos, mas nem todos tem o poder para amar e para o descobrir. Menino(a) triste, de olhos verdes, cujas lágrimas já não consegue derramar, irá alguma vez ser amada? Irá alguma vez amar? Irão ver através da pele? Irão ver o que esconde o seu olhar e o seu corpo? Conseguirão alguma vez amar um ser assim? Dizem que é fácil amar, mas fácil é amar o corpo e o belo rosto, não a pessoa que isso esconde. É facil amar o nariz perfeito e a pele clara, é fácil amar o rosto belo e os olhos mágicos. Mas e o que há para além disso? É mais complicado de amar.