sábado, 6 de março de 2010

Fascínio

Beleza tão natural, tão simples e ideal,
beleza sem ter nada
simplesmente, tão natural.

Como a natureza descalça
ela caminha entre as ruas,
as ruas de lisboa
o seu humilde e tão simples lar

O seu humilde e tão sedutor sorriso
os seus gestos tão brutos mas tão certos
as suas palavras tão sábias, que nem um sábio,
apesar de não ter mais de 20 anos.

Olhos tão vincados pelo tempo de rua
Olhos tão verdes e límpidos
Olhos esses, que eu sei que vou rever
Olhos esses que marcaram o meu ser

Fiquei com medo de me perder
no teu sorriso e palavras
mas sei que me quererei perder
na próxima vez que te rever.

quinta-feira, 4 de março de 2010

cicaTRIZ(t)Es

cicatrizes, daquelas que nao se vem
aquelas mais profundas e dolorosas
cicatrizes essas provocadas por alguem
actos de um outro alguem

cicatrizes...
introduzidas em nossas vidas
como o carrocel de novos dias
cambaleando pelo nosso coracao
ferindo-o e sangrando-o

no final da nossa vida
quantas cicatrizes teremos?
morreremos com elas
ou morreremos por elas?

Papel e Caneta, Dor e Solução

Sentimentos mascarados por palavras.
Entre as (minhas) linhas preenchidas,
escondo os segredos e sentimentos de um dia.
Escrevo a verdade subtilmente nessas linhas bonitas,
feitas por alguém.
As verdades que nem sempre são bonitas.
Mas o que isso interessa? Nada.
As linhas ocultam o seu lado negro e triste.
A caneta na minha mão escreve como automático,
escreve o que pensa o seu portador.
Funciona como auxiliador.
Escreve.
E se por acaso se enganar, risca
e volta a escrever por cima.
Riscando tudo na sua cabeça.
Gerando maior confusão na sua mente e coração.
Sente que não os quer escrever mais
mascarados por palavras subtis e bonitas.
Peço que se abra uma porta.
E que de lá saia uma luz
que me leve de volta à infância perdida.
Como um sonho distante e estranho,
eu perco a visão e mais uma vez
perco-me na escuridão
e na imensidão das minhas palavras
e sentimentos perdidos
que nem Atlanta,
perdida entre o mar azul e feroz,
que a devora, tal como o papel e a caneta
devoram as mágoas passadas.

Memórias Inúteis

Uma memória tão distante.
Senti-te por meros momentos.
Momentos tão fortes e sinceros, divertidos.
O jogo da sedução era meu e teu,
a troca de olhares e os nossos gestos.
Sim, acreditei nos teus olhos.
Sim, acreditei em ti.
Mas desiludiste-me, revelaste-te.
Os teus olhos revelaram outra coisa.
Em ti, caminharei para fora.
Os teus olhos já são tão vagos e vazios,
olhos esses que transbordavam de alegria.
Já te sinto de outra forma.
Estiveste no meu coração, no topo da minha mente.
Só te via a ti,
e desceste tão rápido como subiste.
Detestei-te tão rápido, como te amei.
Agora, nada resta.
Não restam lágrimas por derramar.
Não resta amor para te dar.
Não resta ódio para te afastar.
Restam apenas as memórias e lembranças.
Resta o teu nome entre muitos mais.
E, agora escrevo, escrevo as
memórias de um amor patético.
Escrevo na minha mente e no meu coração o quanto
foste significante e te tornaste tão insignificante.
Agora escrevo, contigo presente na minha mente
e permaneço a teu lado.
Como outra pessoa qualquer.
Como apenas, outra pessoa qualquer que conheçeste
e brincaste,
iludiste e baralhaste.
Odeio-te por isso mas amo-te por me teres ensinado
que nem tudo é o que parece.
Que as pessoas também enganam e se enganam.
Ensinaste-me uma maneira nova,
do que é o amar.

Por isso e por muito mais
Obrigada.
Agora sai.
Desaparece.
Não voltes nunca mais.