terça-feira, 18 de maio de 2010

Realidade fala a Ilusão

- Porque existes tu?! Para que serves? Iludes as pessoas, destróis a verdade. A minha verdade! Mas porque que existes? Ser preverso, inundo. Brincas com as pessoas. Tu não existes, então porque que inisistes? Porque que insistes nesse teu jogo? Não vês que nunca me irás ganhar? Sabes porque....Ilusão? PORQUE TU NÃO EXISTES! Eu sim! existo. Eu sou a verdade! Eu sou o ínicio e o fim. Tu não és nada. Não passas de.... Uma ilusão, Ilusão. Não passas do teu nome. Não passas disso. Só um nome. Como tantos outros, existentes num Universo ínfinito. Não prestas. Não serves para nada. Nem o teu próprio nome consegues honrar. Não tens vergonha dessa tua farsa? Dessa farsa que tu própria criaste? Caíste na tua própria teia. Ah! Que "algo" tão miserável! - Diz a Realidade para a Ilusão, com voz sarcástica, irónica, superior. E, sobretudo... Azeda e amarga, como um limão já à muito apodrecido pelo tempo. Voz essa que apenas transmite angústia, dor, crueldade. Voz pertencente a algo triste e orgulhoso. Algo... Apenas algo.
- Para que que sirvo eu, Realidade? Sirvo para sarar as feridas que tu deixas no homen. Sirvo para acalmar, sirvo para honrar. Sirvo para chegar a um coração de pedra e sirvo para partir essa mesma pedra, que tu, Realidade, trataste de esculpir. Ilusão é o meu nome. Sirvo para Iludir. E tu, Realidade? Serves para matar? Serves para ferir? O amor é ilusão, a felicidade é ilusão, a tristeza é ilusão. O que é a realidade, Realidade? O que sentes? Não. O que vês? Sim. O amor não se vê, a felicidade não se vê, a tristeza não se vê. Tudo se sente, tudo é ilusão. A morte e o nascimento são os únicos momentos das nossas vidas, que nós sabemos serem reais. E por isso, eu existo. Eu não existo desde sempre, como tu, eu sou uma miragem que o humano teve necessidadede criar, para suportar a tua violência. Para sarar as tuas feridas. Para amolecer a pedra dura. Eu sou uma necessidade que o ser humano teve de criar para sobreviver na tua realidade. Eu não me criei. Simplesmente fui criada.

- Vós sois como a lua e como sol. Estando tão perto, estão demasiado longe. Vivem no mesmo mundo, mas são incompativeis demais, paralelas demais. Não vêm que voçês reinam no mesmo mundo. Mas estão cegos demais. Não percebem que são duas partículas do mesmo corpo. E isso... Arruinou-vos.

Dito isto, Ilusão e Realidade olham para trás, surpreendidos com a pequena e doce voz. Era a Inocência.
A inocência de um mundo, em que a dor e a infelicidade reinam. A inocência, que em tempos reinava esse mesmo reino. Inocência essa, que se perdera, com as falsidades e invejas da realidade, e das ilusões cegas, mudas e inexistentes que o humano criara para sobreviver na selva, chamada de vida e morte: A Realidade.

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